
Já havia assistido o filme em 2003 por gostar muito do trabalho da Julia Roberts. Minha análise agora é diferente. Acredito que as alunas conheciam os padrões para contemplar uma obra, se é que existem padrões, pelo menos elas julgavam corretos para a atualidade conservadora e elitista dos anos 50.
Em um momento do filme o professor de italiano diz à professora que ela queria mudar o mundo, mas na verdade estava fugindo das suas próprias mudanças internas. Ela condenava de certa forma o casamento, o que lhe causou grandes desavenças , principalmente com uma das alunas que ela mais apostava e que acabou casando-se.
O mais intrigante é que justamente a outra aluna que a julgou, insultou, difamou, foi a que no fim, teve a coragem de divorciar-se num tempo em que o divórcio era visto quase como crime e apostar na sua carreira de advogada.
O filme é bárbaro em seu roteiro analítico, discute diversos conflitos, desde o casamento e sua postura "padrão", ao sistema imposto pelas escolas e seus currículos e aí, não estamos nos anos 50 e as situações se repetem...Os padrões! Malditos padrões!!!
Padrões de beleza, padrões de postura, padrões de comportamento, padrões de consumo, padrões de estética...Vivemos cercados por padrões que nos foram impostos, quiça, discutidos...A arte não segue padrões ao meu ver, nem conceitos, a Arte está na essência, na emoção, na sua plenitude, na sua pluralidade, nas suas divergências, nas suas rupturas.Vivemos cercados por Arte por todos os lados!
Ver tudo com outros olhos! Assim como a professora do filme, a Arte precisa instigar, precisa nos fazer pensar, precisa desconstruir os conceitos e pré-conceitos que erroneamente criamos...